segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Hoje quero apenas deixar o link para um e-book de receitas tradicionais de Natal, publicado pela Associação Portuguesa de Nutricionistas. Nestas receitas são alterados alguns ingredientes ou apenas as quantidades, de forma a torná-las mais saudáveis. Podem aceder ao e-book clicando na seguinte imagem:

http://www.apn.org.pt/xFiles/scContentDeployer_pt/docs/Doc1121.pdf


A todos  os que costumam passar por aqui, deixo a seguinte mensagem:

"Honrarei o Natal em meu coração e tentarei conservá-lo durante todo o ano." (Charles Dickens)



sábado, 21 de dezembro de 2013

A Dieta Mediterrânica está inscrita como Património Imaterial da Humanidade, desde 2010, como resultado da candidatura de Espanha, Marrocos, Itália e Grécia. No dia 4 de Dezembro deste ano juntaram-se-lhes Portugal, Chipre e Croácia. 

Prefiro chamar-lhe padrão alimentar mediterrânico porque normalmente associamos a palavra dieta a um regime alimentar de emagrecimento, o que não é o caso. 

Apesar de Portugal ser geograficamente um país do atlântico, cultural e historicamente estamos muito ligados aos povos que habitam a bacia mediterrânica, partilhando muitas tradições, clima e hábitos.

Este conceito surgiu quando se realizaram estudos comparativos entre várias populações. Verificou-se que as populações do Sul da Europa apresentavam muito menos incidência de doenças cardiovasculares e de certos tipos de cancros do que as populações do Norte. Estas diferenças eram explicadas pelas profundas diferenças alimentares entre estas regiões.

O Padrão alimentar mediterrânico caracteriza-se por:
  • elevado consumo de cereais na forma de pão, massas e arroz;
  • elevado consumo de produtos hortícolas, leguminosas e frutas;
  • utilização do azeite como gordura de eleição tanto cru como cozinhado;
  • reduzido consumo de carne com recurso a consumo moderado de peixe, leguminosas e ovos;
  • consumo de água e vinho, cujo consumo moderado é entendido actualmente como benéfico;
  • presença de outros alimentos muito comuns no padrão alimentar mediterrânico como por exemplo a salsa, a cebola, a couve roxa, o tomate, os morangos, as groselhas, as laranjas, as uvas, etc.
  • 4 a 5 refeições diárias;
  • culinária simples de acordo com as tradições culturais;
Muito resumidamente é a alimentação tradicional dos nossos avós que viviam modestamente, respeitando a sazonalidade dos alimentos e recorrendo sobretudo a alimentos em natureza (os alimentos processados eram raros ou inexistentes). Os três alimentos que caracterizam este padrão alimentar são:

PÃO / VINHO / AZEITE

A sugestão de hoje é um prato italiano que se enquadra perfeitamente no conceito de Dieta Mediterrânica.


Beringelas à parmigiana:

3 beringelas grandes, 3 latas pequenas de tomate aos cubos, 2 queijos mozarella frescos, 1 embalagem de queijo mozarella ralado, mangericão, 1 cebola, 2 dentes de alho, 30 ml azeite, sal q.b.

Lavar as beringelas e cortar em fatias longitudinais, sem as descascar, com cerca de 0,5 cm de espessura. Colocar num escorredor, salpicar com sal e deixar a escorrer.
Para o molho de tomate coloque a cebola e os dentes de alho finamente picados numa panela. Adicione o azeite, o tomate e tempere com sal. Deixe cozinhar durante 45 minutos mexendo de vez em quando.
Retirar o excesso de sal das beringelas e grelhá-las numa frigideira antiaderente.
Numa pirex de forno colocar um pouco de molho de tomate, uma camada de beringelas, mais um pouco de molho de tomate, o queijo mozarella partido em fatias e umas folhas de mangericão. Repetir as camadas até gastar todos os ingredientes, terminando com molho de tomate. Cobrir com o mozarella ralado e levar ao forno a gratinar.


sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Ainda a propósito de gorduras trans (que foi o tema do último post) deixo aqui o link para uma entrevista sobre este assunto (AQUI). Nos EUA caminha-se para a eliminação deste tipo de gorduras da alimentação. Por cá,  ainda estamos a léguas de nos vermos livres das gorduras trans.

A maioria dos produtos alimentares já apresenta informação nutricional, apesar de esta ainda não ser obrigatória. No entanto, mesmo a informação nutricional mais completa, não refere a quantidade de gorduras trans que o alimento contém. Em suma, este tipo de gorduras está bem mascaradinho nos produtos processados. 

Os alimentos com maiores quantidades deste tipo de gorduras são: pão de forma de produção industrial, bolachas, biscoitos, fast-food, batatas fritas de pacote, aperitivos, produtos de pastelaria e confeitaria, bolos embalados, refeições prontas a consumir e refeições congeladas e embaladas prontas a consumir.

Também em casa conseguimos produzir gorduras trans quando utilizamos o mesmo óleo vegetal em várias frituras a temperaturas muito elevadas (acima dos 160ºC). E onde é que isto acontece mesmo à frente do nossos olhos? Nas nossas "queridas" fritadeiras elétricas. A melhor opção é reduzir o mais possível os fritos e quando for esse o caso, utilizar azeite ou óleo de amendoim para fritar. Estas gorduras aguentam temperaturas de fritura mais elevadas sem sofrerem alterações indesejáveis. Em especial o óleo de amendoim, mais barato que o azeite (e um pouco mais caro que os restantes óleos alimentares), é uma boa solução de compromisso. E claro, nunca na fritadeira elétrica onde o óleo fica durante semanas, meses,..., e é reaquecido várias vezes.

A sugestão de hoje foi, para mim, uma agradável surpresa. Quando encontrei a receita num suplemento da revista VISÃO, achei que "quiche" e peixe não combinavam muito bem. No entanto resolvi experimentar e rendi-me. Para os "comichosos" com o peixe é uma boa alternativa.


Quiche de peixe:

Massa quebrada:
250 g de farinha de trigo sem fermento (pode combinar farinha de trigo comum com farinha integral ou até mesmo usar só farinha integral), 90 ml de água, 60 ml  de azeite, 1 colher de café de sal.
 
Misturar todos os ingredientes até formar uma bola.
Estender a massa entre duas folhas de papel vegetal com a ajuda do rolo. Colocar o papel e a massa na tarteira e d
eixar descansar cerca de 30 minutos no frigorífico.
(esta não é a massa da receita original que incluía margarina; esta é a minha versão "without trans" de massa quebrada; não fica tão crocante como a original mas a nossa saúde agradece) 
 
Recheio:
3 lombos de pescada ou restos de peixe cozinhados; 150g de miolo de camarão (opcional); 1 cebola média; 2 dentes de alho; 1 alho francês; 1/3 de pimento; 1 tomate maduro; 1,5 dl de natas vegetais; 3 ovos; 1 raminho de salsa; azeite, sal e pimenta

Num tacho coloque a cebola, os alhos, o pimento e o alho françês cortados finamente. Adicione o azeite e leve ao lume até amolecer. Tempere com sal e pimenta. Acrescente o tomate sem pele e cortado em pedaços e junte o peixe. Deixe cozer e desfaça ligeiramente o peixe com a colher. Nesta fase pode adicionar o miolo de camarão, se desejar. Retiere do lume. Bata os avos com as natas, acrescente a salsa picada e envolva com o preparado de peixe. 

Retire o papel vegetal que ficou sobre a massa e verta o preparado na tarteira forrada com a massa. Leve ao forno pré-aquecido a 180ºC durante cerca de 40 minutos.