quinta-feira, 28 de março de 2013

Ontem cheguei às 5000 visualizações do blogue, o que me deixa feliz. Em Outubro de 2012, quando comecei, estava muito longe deste "universo bloguer", até mesmo como leitora. Sentia necessidade de partilhar estas informações que venho "postando" e quando comecei a procurar a forma mais prática e eficaz de o fazer, achei que a que mais me agradava e se adequava ao que pretendia era criar um blogue. E foi assim que me tornei bloguer!

Tudo isto é "prata da casa", desde a gestão da plataforma até às fotografias, por isso não é perfeito mas é MEU. Por isso me deixa feliz saber que nestes 155 dias, houve uma média de 32 pessoas/dia que me visitaram e leram ou viram algo que eu quis partilhar. E se alguma coisa do que eu escrevi levou alguém a refletir sobre a lista de compras, a refeição do jantar do dia seguinte, o lanche dos filhos, etc, considero o meu objetivo cumprido.

Por coincidência saiu ontem no jornal Público a seguinte notícia:


e que foi um dos temas dos meus últimos posts.

Obrigada a todos os que por aqui passaram e por todos os incentivos e palavras simpáticas que me foram fazendo chegar pelas mais diversas formas.

Hoje, e também porque é Páscoa, perco a cabeça e vou deixar-vos uma sobremesa bem gulosa.

VENHAM MAIS 5 (mil)


Tarte de requeijão:

250 g de requeijão, 2 iogurtes gregos naturais com açúcar, 150 g de açúcar, 3 ovos, 50 g de margarina, 100 g de farinha, 1 colher de chá de fermento

Esmagar os requeijões e misturar com os iogurtes gregos e com o açúcar até ficar uma massa homogénea. Misturar os ovos um a um. Adicionar a margarina derretida e por fim a farinha misturada com o fermento em porções pequenas de cada vez. Colocar numa forma de tarte untada e vai ao forno a 150ºC durante 40 min a 1 hora, até ficar douradinha.

  


 Feliz Páscoa!
   

terça-feira, 26 de março de 2013

De uma forma geral e sobretudo no que toca a alimentos, associamos os microrganismos a situações menos agradáveis - alimentos estragados, gastroenterites ou no mínimo uma dor de barriga.

Mas nem sempre é assim, há microrganismos que são verdadeiros amigos, trabalhadores incansáveis, dedicados e eficientes. Estou a lembrar-me das leveduras sem as quais não existiria o pão. Na suas inúmeras variedades: de trigo, milho ou centeio, branco ou integral, fofo ou mais consistente, de leite ou com chouriço, saloio ou caseiro...; não há pão que passe sem levedura.

É que o pão resulta do trabalho concertado de 3 seres vivos: o grão de cereal, a levedura e o Homem. É óbvio que as leveduras não fazem este trabalho para serem simpáticas para nós, utilizam os açúcares que resultam do desdobramento da farinha para se alimentarem a si próprias. Assim se vão reproduzindo e formando também um gás, o dióxido de carbono, que fica aprisionado na massa do pão formando alvéolos que lhe dão aquela textura fofinha de que tanto gostamos.

Como não podia deixar de ser, hoje deixo uma receita de pão, muito simples de fazer mas que precisa de tempo. As nossas amigas leveduras necessitam de trabalhar com calma e paciência. E como "depressa e bem não faz ninguém", nem mesmo uma levedura, é necessário preparar a massa com alguma antecedência. A vantagem desta receita é que pode guardar a massa no frigorífico até 2 semanas e em 1 hora consegue preparar um delicioso pão com o aroma e a textura características de uma longa fermentação.


Artisan bread:

1 Kg de farinha de trigo tipo 65
700 ml de água morna
1 colher de sopa de sal grosso
1 saqueta de fermento de padeiro seco ou um cubo de fermento de padeiro em barra

Num recipiente de plástico grande com tampa (com capacidade para cerca de 5 l) coloque o fermento e o sal. Adicione a água morna e mexa com uma colher de pau até dissolver todo o fermento e o sal. Adicione a farinha toda de uma vez e mexa com a colher de pau até que toda a farinha esteja incorporada. Deixe levedar 2 horas à temperatura ambiente tapando o recipiente mas sem o vedar completamente.

Ao fim de 2 horas está pronta a ser usada ou colocada no frigorífico até 2 semanas.

Quando for usar a massa, polvilhe a supercie com farinha e retire a porção que desejar cortando a massa com uma faca de serrilha. Com as mãos enfarinhadas e amassando o menos possível, molde com a forma que quiser enrolando a massa para baixo e para o centro. Coloque num pírex com tampa polvilhado de farinha de milho (também pode ser farinha de trigo), polvilhe com mais farinha de milho (ou trigo) e dê uns golpes com uma faca afiada. Tape o pirex e deixe descansar durante cerca de 30 minutos. Ao fim deste tempo, leve ao formo previamente aquecido a 200ºC durante cerca de 30 minutos. Destape nos últimos 5 minutos para ficar mais tostadinho.

 
 




 
 Se pudessem sentir o cheirinho...Hum!



quarta-feira, 20 de março de 2013

Hoje começou a Primavera! Este ano veio um pouco mais cedo embora a chuva insista em regar hortas e pomares, o que não deixa de ser bom.

Hortaliças e legumes são alimentos a consumir em abundância e variando o mais possível. E se podemos variar!... Cenouras, alho françês, inúmeras variedades de couves, brócolos, curgete, couve-flor, nabo, alface, agrião, rúcula, espinafres, alho, cebola, rabanete, abóbora, aipo, chuchus, beterraba, tomate, pepino, beringela, pimento, nabiças,... E tenho a sensação de que me esqueci de outros tantos.

Os hortícolas são alimentos com elevada concentração de nutrientes  protetores e reguladores e fornecem geralmente quantidades relativamente reduzidas de calorias. Por tudo isto são alimentos com elevado valor nutricional essenciais numa alimentação saudável.

Quando consumidos em crú devem ser muito bem lavados, em água corrente. Quando cozinhados alguns componentes perdem-se na água de cozedura. Poderá sempre aproveitar a água de cozer os hortícolas para fazer sopas ou molhos ou, em alternativa, cozer a vapor. Não é necessário equipamentos sofisticados e dispendiosos para cozer a vapor, basta um cesto deste tipo


que se adapta a qualquer tacho ou panela vulgar.  Tem ainda a vantagem de não necessitar de adicionar sal.

Outra boa alternativa são os hortícolas congelados. Podemos tê-los sempre no congelador para utilizar nos dias em que não foi possível comprar hortícolas frescos e assim não há desculpas para não comer estes preciosos alimentos. Têm ainda a vantagem de estar já prontos a cozinhar e acreditem que as modernas técnicas de congelação não lhes roubam valor nutritivo.

Outra forma de aproveitar na totalidade o valor nutritivo dos hortícolas é consumi-los na sopa, estufados, jardineiras e caldeiradas. E por que não numa deliciosa entrada...


Dip de beringela:

3 beringelas médias, 1 pimento vermelho, 1 pimento verde, 1 pimento amarelo (os pimentos devem ser pequenos ou metade de um grande), 1 cebola, 2 dentes de alho picados, passas, 150 ml de azeite, 75 ml de vinagre (de vinho ou balsâmico ou mistura dos dois), sal e pimenta a gosto.

Cortar todos os ingredientes em cubos pequenos e colocar numa assadeira, adicionar o azeite, o vinagre, o sal e a pimenta e misturar bem. Levar ao forno a 150ºC, tapado com papel de alumínio durante cerca de 1 hora. Mexer de vez em quando e 20 minutos antes do fim do tempo retirar o papel de alumínio para tostar um pouco. 
Retirar do forno e esmagar para formar uma pasta não muito homogénea. 
Servir à temperatura ambiente polvilhado com queijo parmesão ralado por cima. Comer sobre tostas.

O sabor desta entrada é uma agradável surpresa e pode repetir as vezes que quiser com gula e sem culpas.

 
E porque ainda vem mais chuva no fim de semana




domingo, 17 de março de 2013

Hoje é dia de festa cá em casa, faz anos o chefe-índio. Mas o fim de semana foi passado fora e de regresso a casa ao fim do dia ainda faltava o bolo, as velas e o "Parabéns a você...".

Os alimentos são importantes pelo seu valor nutricional mas também pelo valor afetivo que carregam. Não há aniversário sem bolo, Páscoa sem folar, Natal sem bolo rei ou filhós... Os alimentos e a gastronomia são parte da nossa cultura e ajudam-nos a marcar as ocasiões importantes. Da mesma forma, há alimentos que detestamos porque os associamos a situações menos agradáveis.

Este valor afetivo dos alimentos é importante e deve ser tão preservado como as tradições gastronómicas, por isso hoje foi dia de experimentar uma receita de bolo de chocolate no microndas que estava à espera dum dia especial para ser testada.

Bolo de chocolate no microndas:

4 ovos, 200 g açúcar, 100 g farinha com fermento, 100 g de tablete de chocolate para culinária, 100 g margarina.

Bater muito bem os ovos inteiros com a farinha e o açúcar. Numa taça derreter o chocolate e a margarina no microndas. Adicionar à mistura de ovos, açúcar e farinha e mexer bem. 
Untar um pirex alto de cerca de 20 cm de diâmetro com margarina. Colocar o preparado do bolo no pirex e levar ao microndas, na potência máxima, durante 4 minutos. Se o bolo ainda não estiver cozido leve ao microndas mais 30 segundos na potência máxima e se necessário pode repetir até o bolo estar mais ou menos cozido conforme gostar. Desenforme ainda quente.

"...muitos anos de vida..." 

 

segunda-feira, 11 de março de 2013

Os ovos são uma excelente alternativa à carne e ao peixe com a vantagem de serem mais económicos. As proteínas presentes no ovo respeitam a proporção e a quantidade de aminoácidos essenciais que precisamos e são de fácil digestão. Além destas vantagens, os ovos podem ser facilmente incluídos na alimentação de crianças ou idosos condicionados por dificuldades de mastigação.

Além da proteína, os ovos também são ricos em vitaminas do complexo B (B2, B6, B12), vitamina A, vitamina D, vitamina K, fósforo, cálcio, iodo, magnésio, zinco, selénio e ferro.

Pessoas saudáveis podem consumir até 1 ovo por dia, integrado numa alimentação saudável, de preferência em substituição de carnes vermelhas e enchidos. O ovo não deve ser usado como suplemento da carne ("ovo a cavalo") ou peixe (ovo cozido) mas deve constituir alternativa à carne ou peixe. Um ovo de classe M (média) tem cerca de 53 a 63 g e é suficiente para suprir as necessidades proteicas de uma refeição principal.

Os ovos têm gozado de alguma "má fama" sendo-lhes apontado um elevado teor de colesterol. De facto o ovo possuí cerca de 215 mg de colesterol (o valor máximo diário de colesterol recomendado é de 300 mg). Mas, estudos recentes, demonstram que o fator mais relevante para o aumento do colesterol sanguíneo é a ingestão de alimentos ricos em gorduras saturadas (ex: enchidos, manteiga, queijos gordos e carnes “vermelhas”) e em gorduras trans (ex: batatas fritas de pacote, folhados, biscoitos...).

aqui deixei algumas receitas de refeições em que o ovo é o "ator principal" e que estão identificadas com a etiqueta "Nem carne nem peixe". Aqui fica mais uma.


Tortilha de espargos selvagens e espinafres:
  
1 molho de espargos selvagens ou espargos verdes em frasco;
meio saco de espinafres prontos a consumir;
100 g de batata palha;
4 ovos;
20 ml de azeite;
50 ml de leite;
sal e pimenta q.b.

Coloque o azeite numa frigideira grande antiaderente e adicione os espargos cortados em pedaços de cerca de 3 cm retirando a parte mais rija do talo. Com os espargos selvagens vou partindo à mão a partir da extremidade e rejeito quando já não consigo partir facilmente. Os espargos de frasco são totalmente aproveitados mas devem-se deixar escorrer muito bem.
Quando os espargos já estiverem cozinhados, acrescentar os espinafres e esperar que cozinhem mexendo frequentemente.
Adicionar a batata palha, envolver e acrescentar os ovos batidos com o leite e temperados com sal e pimenta a gosto. 
Deixar a parte de baixo da tortilha cozer em lume brando e coagular os ovos sem queimar. Agitar levemente a frigideira de vez em quando.
Para a virar deixar deslizar a tortilha para um prato grande, colocar a frigideira invertida por cima e virar rapidamente o prato sobre a frigideira. Levar ao lume mais uns minutos para acabar de cozer.

Resultado: uma ótima refeição completa, equilibrada, rápida e económica...
 
  

segunda-feira, 4 de março de 2013

Cá em casa a carne picada é sempre "falsificada". Mas, acreditem, é coisa que não deixo por mãos alheias. Gosto de falsificar como deve ser com todos os requintes de malvadez e quando estão a comer a minha carninha faço um sorrizinho de bruxa má e digo para os meus botões "Ah, ah, nem sabem como lhes trato da saúde!" 

Para começar compro a carne de vitela numa peça inteira. A carne que se vende já picada, normalmente em "cuvetes" é uma brincadeirinha (vejam o rótulo)... eu gosto de falsificar à séria!

Pego na carne retiro as peles e gorduras, corto em cubos e pico na picadora. Num robôt de cozinha junto uma cebola média, dois dentes de alho, cogumelos (1 lata média), 2 cenouras, 1 curgete média descascada, 1 lata grande de tomate pelado e pico tudo muito bem. Deve ficar uma papinha homogénea. Coloco esta papinha num tacho largo, adiciono cerca de 40 ml de azeite e levo ao lume até cozer cerca de 5 minutos. Acrescento a carne picada (cerca de 600 g), tempero com sal, pimenta, noz moscada, orégãos e deixo cozer durante 15 minutos mexendo frequentemente. Vão sentir-se verdadeiros alquimistas, ninguém adivinha o que está nesta bolonhesa realmente falsificada.

Esta é a base para um simples esparguete à bolonhesa ou para uma cremosa lasanha que foi a opção escolhida desta vez.


Lasanha da bruxa má:

Carne à bolonhesa "falsificada"
1 embalagem de massa para lasanha fresca
Molho béchamel (ver a receita aqui)
Queijo mozarella ralado q.b.
Azeite q.b.

No fundo de um pirex colocar um fio de azeite, começar com uma camada de massa, uma de carne à bolonhesa e assim sucessivamente terminando com massa. Colocar o molho béchamel por cima polvilhar com o queijo ralado e levar ao forno pré-aquecido a 180ºC durante cerca de 30 minutos ou até ficar douradinho. 

O resultado é mais ou menos este:



 e nem sabem como lhes estão a tratar da saúde!...